No ano de 2010, quando a agência Boyband tinha apenas três anos de atividade no mercado publicitário, adquirimos despretensiosamente o livro “Rework”, de Janson Fried e David Heinemeier Hanson, criadores do Basecamp – uma das empresas mais cool do momento.
Nesse momento, não imaginávamos que “Rework” seria, até hoje, um guia para o nosso desenvolvimento contínuo.
Segundo os próprios autores, “Rework” é uma espécie de livro de receitas, com conclusões e orientações que nasceram da própria vivência dos empresários no comando da coorporação.
Assim como uma receita, é possível que você incorpore do livro os ingredientes, as medidas e as técnicas que você prefere, adaptando à sua realidade.
Assim, além de elucidar diversos pontos organizacionais, estratégicos e logísticos para os processos internos da Boyband, “Rework” nos ensinou muito sobre uma área que ainda não havíamos discutido ou planejado: a cultura da empresa.
Num primeiro momento, podemos imaginar a cultura como um manual ou guia de regras e hábitos internos da agência, ou de qualquer outro tipo de empresa ou negócio. Se você pensa assim, está bastante equivocado.
O principal ensinamento que o livro nos passou foi sobre como as empresas jovens não têm cultura, já que esta é feita com ações e repetições, de forma espontânea e à medida em que os processos vão existindo e se aperfeiçoando.
Esqueça manuais e códigos prévios: primeiro é preciso se solidificar.
Em outras palavras, não há como planejar ou conceituar antecipadamente o que irá compor a cultura de um ambiente de trabalho; o que é possível, e “Rework” nos estimula nesse sentido, é definir o que queremos fazer e, aí sim, desenvolver naturalmente a cultura da empresa.
“Culturas instantâneas são artificiais”
É exatamente assim que Janson Fried e David Heinemeier Hanson a definem, acrescentando também que “você não consegue instaurar uma cultura. Você precisa dar tempo para que ela se crie.“
Dessa forma, diante de considerações que jamais havíamos feito, passamos a entender que, se quiséssemos uma agência com pilares sólidos de cultura, precisávamos analisar continuamente o que agrega valores, em todos os sentidos, à agência.
Mais do que isso, precisamos – desde esse momento até hoje – definir o que gostamos, precisamos e queremos para a Boyband. E, é claro, o contrário também precisa ser feito: desistir, descartar ou substituir o que é dispensável ou nocivo.
Desse jeito, alguns valores nos guiam nesse processo.
Como a cultura é algo “vivo”, que se transforma junto de quem a vive, precisamos elencar alguns valores que permeiam nossa rotina de trabalho.
Assim, com quase uma década de maturidade, formalizamos nosso primeiro documento de valores essenciais para a cultura da Boyband.
A seguir, trazemos para você cinco dos diversos princípios abordados em “Rework” para incorporar à cultura da sua empresa. Listamos o que julgamos ser crucial para o dia a dia do seu negócio, não importando de qual setor ou porte ele seja. Veja só:
5 princípios que aprendemos com “Rework” que você também pode absorver para a cultura da sua empresa:
1) Construa uma audiência.
Construa, através de múltiplas estratégias, uma audiência que te acompanha – e não somente consome o que você produz. Um público que gosta de você, ou da sua empresa, é fiel e torna-se promotor de sua marca.
2) Ensine e supere a concorrência.
Para construir a audiência e superar os concorrentes, um dos principais meios é ensinar os seus clientes: mostrando como se usa o que você produz, o passo a passo do seu método, como e porquê se faz dessa forma. Isso faz com que seu negócio se torne mais próximo, humanizado e confiável.
3) Imite os chefs.
Ao ensinar, lembre-se dos grandes chefs. Muitos deles revelam suas técnicas e mais famosas receitas em livros, programas de TV e outros materiais, pois sabem que, mesmo que as ensinem, as pessoas que irão reproduzir não obterão as mesmas experiências que só eles podem proporcionar. Ou seja, ensinar atrai a atenção da audiência, valoriza seu público e destaca você em relação à concorrência.
4) Mostre os seus bastidores.
Ensinar é, também, mostrar-se, abrir-se para o público, deixar com que seus clientes vejam como a sua empresa funciona.
5) Não seja fake.
Nesse sentido, jamais construa imagens irreais de como a sua empresa é, de fato. Mostre seus métodos reais, sua cultura, mas não exagere ou crie falsas expectativas. Nos tempos atuais, felizmente, a transparência e o “be yourself” estão em alta.
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